O primeiro dia do Rali Casinos do Algarve teve tudo o que se pode esperar de uma prova de ralis: emoção, espetáculo, drama, desilusão e surpresa.
fonte: Paulo Homem (ralisonline.net)
DIA 1
Em primeiro lugar a grande surpresa (ou talvez não) foi Carlos Vieira, que voou literalmente nos troços algarvios, inclusivamente para fora de estrada. Mesmo assim, e tendo batido numa árvore, Vieira venceu três troços e foi claramente o protagonista do primeiro dia, estando a fazer até ao momento um rali brilhante.
Ricardo Moura também esteve muito bem neste primeiro dia. Mesmo assim, na quarta especial um problema com a frente do carro (provavelmente de suspensão) fez o piloto perder algum tempo e a liderança do rali, mas mantendo intactas as suas hipóteses de ser campeão.
Também Pedro Meireles poderia estar ainda mais envolvido na luta pela vitória. Não só deixou o carro ir abaixo no arranque de um troço como fez ainda um monumental pião... que acabou bem. Mesmo assim está a fazer um rali muito competitivo, demonstrando cada vez mais habituação ao carro.
Nas contas da Nacional, José Pedro Fontes estava na quarta posição (a manter-se estas posições, Fontes era campeão por 2 pontos de vantagem para Moura), mas teve um dia complicado. O DS3 R5 teve problemas com o pedal dos travões, que quase o levaram a sair de estrada, ficou com o carro a falhar após passar um ribeiro e deixou de ter visibilidade (num dos troços) quando os vidros embaciaram.
Carlos Martins era quinto classificado, a 1m22s da liderança, mas perdeu um minuto quando o motor do Skoda foi abaixo num ribeiro. A partir daí o piloto fez uma prova muito competitiva, com alguns registos bem interessantes.
Azar de Ricardo Teodósio, quando um sensor do Fiesta obrigou o piloto a parar e a perder mais de 3 minutos.
Destaque ainda para o forte despiste de Francisco Nascimento que saiu de estrada com o Peugeot 208 R2 logo no troço inaugural (o navegador foi ao hospital mas está fora de perigo).
Nas duas rodas motrizes, Diogo Gago liderava de forma destacada, vencendo todos os troços do dia, mas era atrás de si que se concentrava a a luta pelo título.
Tanto João Ruivo como Marco Cid tiveram azares diversos. Ruivo ficou com o motor do Clio a falhar depois de passar uma ribeira, enquanto Cid teve que fazer um "reset" ao motor perdendo algum tempo. Face ao facto de Cid ter ficado em dois troços na frente de Ruivo, e mantendo estas posições, o piloto do S1600 seria campeão nas duas rodas motrizes.
DIA 2
No segundo dia, o clima de muita tensão que se viveu após o derradeiro troço do Rali Casinos do Algarve, provou que o ambiente acabou por não ser de muita festa no fecho do Nacional de Ralis.
O resultado final dá como vencedor do rali Ricardo Moura, que fez uma prova excelente e cumpriu totalmente com a sua parte, mas o mesmo resultado final permite que José Pedro Fontes seja o novo Campeão Nacional, sucedendo a Pedro Meireles, mantendo-se o título na estrutura da Sport&You.
Porém, o "caso" do ano será o furo de Pedro Meireles, a dois troços do fim, que fez com que o piloto do Fabia R5 perdesse o segundo lugar no rali e assim permitisse a Fontes subir ao segundo lugar e somar os pontos necessários para se sagrar campeão.
O dia começou com Carlos Vieira na frente mas logo no troço inaugural saiu de estrada e bateu numa casa, tendo depois problemas de transmissão e ficar apenas com tração dianteira, que o levou a descer vários lugares na classificação (ficou em 4º), mas fica a certeza de que estamos em presença de um pontencial "McRae", após mais uma excelente exibição.
Carlos Martins teve um rali em alta. Andou muito depressa e apesar de alguns azares (problemas de acelerador no derradeiro troço) terminou num excelente terceiro lugar da classificação final.
Pedro Meireles desceu ao quinto lugar, depois do furo que teve no Skoda na frente do lado direito, perdendo um segundo lugar quase certo.
Destaque ainda para Ricardo Teodósio, que cedo se viu impossibilitado de discutir o pódio, mas que terminou em alta ao vencer o derradeiro troço, dando um ar da sua graça na despedida do Nacional de Ralis.
O segundo grande campeão do dia foi Marco Cid. Mesmo com um Clio S1600 sem autoblocante nos três troços finais, o piloto chegou ao final do rali e sagrou-se campeão nas duas rodas motrizes.
Uma palavra para o imenso profissionalismo de João Ruivo que fez o que era possível com o budget disponível. Levou a discussão do título até ao derradeiro troço e foi um digno vencido, depois de mais um grande registo nesta prova.
O terceiro campeão foi Márcio Marreiros. O piloto levou o Evo VI até ao final, mesmo com o motor a falhar, mas só o facto de ter terminado dá-lhe novamente o título de Campeão FPAK de Ralis Sul.
Mesmo assim, Luís Mota regressou às vitórias no Regional Sul, o que não foi suficiente para o manter na luta pelo título.
VENCEDORES DE TROÇOS:
Ricardo Moura (4); Carlos Vieira (3); Ricardo Teodósio (1)
LÍDERES DO RALLY:
Ricardo Moura (SS1 a 3); Carlos Vieira (SS4); Ricardo Moura (SS5 a 8)
RALLY CASINOS DO ALGARVE
1º Ricardo Moura / António Costa (PRT) Ford Fiesta R5 1:23:27.9
2º José Pedro Fontes / Miguel Ramalho (PRT) Citroën DS3 R5 +02:16.3
3º Carlos Martins / Daniel Amaral (PRT) Skoda Fabia S2000 +02:56.7
4º Carlos Vieira / Luis Ramalho (PRT) Ford Fiesta R5 +03:31.2
5º Pedro Meireles / Mário Castro (PRT) Skoda Fabia R5 +05:09.7
6º Ricardo Teodósio / José Teixeira (PRT) Ford Fiesta R5 +05:11.5
7º Joaquim Alves / Pedro Alves (PRT) Skoda Fabia S2000 +05:22.8
8º Adruzilo Lopes / Vasco Ferreira (PRT) Subaru Impreza STI R4 +05:38.5
9º João Ruivo / João Peixoto (PRT) Renault Clio R3 +07:10.3
10º Elias Barros / Ricardo Faria (PRT) Ford Fiesta R5 +09:39.0
11º Diogo Gago / Jorge Carvalho (PRT) Peugeot 208 R2 +09:48.4
12º Marco Cid / Nuno Rodrigues da Silva (PRT) Renault Clio S1600 +12:33.7
13º José Rocha / Rui Raimundo (PRT) Peugeot 208 R2 +18:06.9
14º Marco Reis / Nuno Carvalhosa (PRT) Citroën C2 R2 Max +29:47.0
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